quinta-feira, janeiro 08, 2015

OPINIÃO: “SOMOS TODOS CHARLIE HEBDO”


Eu Sou Charlie (Foto) Carlos Alegri - Reuters

Num momento em que nós que fazemos os veículos de imprensa em Araripina e somos cerceados em nossa liberdade de expressão de todas as formas sórdidas, mesmo que as nossas manifestações tenham surtido o efeito desejado transformando em benefícios os nossos protestos, que são em prol da população (que reivindica pelos canais da mídia), a exemplo do Bairro Aplausos, o mundo também lamenta, chora e se choca com o atentado terrorista contra a Revista Satírica Charlie Hebdo.  
Num momento em que estarrecidos, somos testemunhas de um dos casos mais medonhos contra um veículo de radiodifusão, que há mais de trinta anos serve tantos aos políticos de plantão, como a população Araripeana, fora de forma criminosa (segundo a direção da emissora) motivados por assuntos políticos, tirada do ar por quarenta e oito horas.
Ficamos paralisados e com receio do flerte que os políticos da Região do Araripe, de Pernambuco e do Brasil têm tido com a censura, e de forma disfarçada e muitas vezes cristalina, também têm praticado o terrorismo contra os veículos de comunicação e contra os seus jornalistas.
Os atos têm sido muitas vezes extremos e selvagens, ditatoriais e arbitrários. O abuso de poder, a própria justiça (ações judiciais), e outros armamentos pesados, são usados para perseguir quem enxerga as debilidades e a falta de compromisso dos gestores públicos com o dinheiro público. Fazemos uma imprensa corajosa, mas vítima da corrupção endêmica e das críticas oportunistas de quem é subornado com jabaculê para publicar apenas conteúdo encomendado e maquiado. Fazemos jornalismo opinativo, construtivo e com criticidade, e não nos importamos com a imprensa gafanhoto, porque servimos aos nossos leitores como o Quarto Poder da República Federativa do Brasil.
Se o rei resolveu iniciar sua gestão e com obras esporádicas, e a imprensa “jabaculeica” (desculpa o neologismo) resolveu noticiar, porque afinal é o seu papel, nós continuaremos, mesmo sob ameaças, retaliações, perseguições, peculiaridades dignas de um “extremista”, mostrando que o dinheiro público tem que servir ao povo, e não aos interesses de uma minoria que sempre foi beneficiada.
Quero lembrar aqui trechos de um perigo disfarce de quem usa maquiagem para se postar de democrata, mas que em verdade é um perigo para a liberdade e a nossa insipiente democracia:
“Todo mundo conhece a nossa postura. Nós nunca tivemos postura revanchista, nós nunca tivemos postura perseguidora, não é de nosso feitio fazer esse tipo de coisa”.
“Isso é uma postura natural, nosso governo não persegue ninguém. Tem várias pessoas que votaram contra a gente tão dentro do nosso governo, mas isso é natural do processo”.
Prefeito de Araripina em entrevista para a Emissora de Rádio Grande Serra 94,3 – no dia 09.10.2014.
Se chamar vossa excelência de mentirosa, talvez lhe falte com o respeito que como autoridade máxima do município, não merece.
A imprensa séria é assim, por isso vos digo que: “Somos todos Charlie Hebdo”.

Por Everaldo Paixão

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